
Havia há muito tempo, em um país distante, um moleiro chamado Augusto, que tinha três filhos, o primeiro se chamava Daniel, o segundo Tiago e o terceiro Constantino. O moleiro possuía três bens: um moinho, um asno e um gato. Um dia ele sentiu que a morte se aproximava, já que estava muito velho e doente, e resolveu fazer um testamento, por meio do qual deixou a Daniel, o filho mais velho, o moinho; para Tiago, ele deixou o asno, e para o mais novo, Constantino, restou apenas deixar como herança o gato.
Desesperado com sua sorte, Constantino disse: ”Só me resta matar e devorar esse gato inútil, fazer alguma roupa com seu couro, e depois ir procurar algum modo de me sustentar”.
O gato, é claro, ficou bastante preocupado com essa conversa, e disse: “Meu amo, não me mate, a carne de gato não é boa para humanos comerem, e, além disso, eu sou muito mais útil vivo – basta me dar um saco e mandar fazer para mim um par de botas para que eu possa caminhar livremente no mato sem medo de me ferir, e daí verá que com minha ajuda acabará rico”.